quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ENTREVISTA COM A GERENTE DE CONTROLE E QUALIDADE(ÁGUA) DO SAAE



A equipe que é responsável pelo controle de qualidade da água do SAAE é composta pela Gerente de controle de qualidade Bioquímica Tereza Cristina Luppi, Gilcélia Cristina Teles Barbosa(tecnico em química), Sandra Maron(assessora de coleta), Cleuza Alves(auxiliar de serviços) e pelo motorista (atual) Jiovane Lupiano.


TEREZA CRISTINA(GERENTE DE CONTROLE DE QUALIDADE)

GILCÉLIA CRISTINA TELES( TECNICO EM QUÍMICA)

CLEUZA ALVES(AUXILIAR)

SANDRA MARON(ASSESSORA DE COLETA)

1- GOTA D’AGUA: Em Sete Lagoas por ser a captação de água diretamente via poços artesianos, é preciso um trabalho mais apurado a nível de laboratório

TEREZA CRISTINA: “Poços artesianos são poços jorrantes e os que temos em nossa cidade são poços tubulares profundos que são aqueles que necessitam de bombeamento. Por se tratar de poços profundos a água de Sete lagoas dispensa tratamentos mais elaborados ( decantação, floculação, filtros especiais, etc.), ficando o tratamento restrito à um processo de simples desinfecção, ou seja, cloração simples. É bom lembrar que esse processo de tratamento é o que está sugerido na Portaria 518/2004 do Ministério da saúde.”

2- GOTA D’AGUA: Nossa região é rica em calcário, isso pode gerar problemas renais como muitos acreditam?

TEREZA CRISTINA: “No município existem regiões cársticas e não cársticas e nessas se observa a presença de calcário (sais de cálcio e magnésio).
Essa questão do cálculo renal não é verdade e isso já foi mencionado em palestras e estudos. O cálculo renal é formado principalmente por cristais de oxalato de cálcio que normalmente estão presentes nas frutas cítricas, carnes vermelhas, etc., e pessoas que tem a propensão de formar o cálculo nos rins, certamente o terão aqui ou em qualquer outro lugar.”

3- GOTA D’AGUA: Segundo já pesquisei, em sete lagoas ainda existem muitas cisternas, o que deve ser feito para utilizar esse tipo de água com segurança.

TEREZA CRISTINA: “Devem ser realizadas análises para verificar a potabilidade da água da cisterna por se tratar de água de subsolo, porém mais superficial e assim ela está sujeita a maiores contaminações. Na maioria dos casos, em cisternas rasas observam-se índices de contaminação altos, mas já existem no mercado, em lojas especializadas, sistemas de tratamento para essa finalidade.”

4-GOTA D’AGUA: Quando abrimos um chuveiro elétrico, deparamos com a resistência toda envolvida por calcário, o que se pergunta é se nosso organismo (rins) pode ter o mesmo problema, ou seja, ser envolvido pelo calcário?

TEREZA CRISTINA: “Não, isso não ocorre nos rins. No chuveiro ocorre porque o CaCO3 (calcário) precipita com o aumento da temperatura, causando assim incrustações na resistência. Quando fervemos água, isso também ocorre.”

5- GOTA D’AGUA: Como é feito e com que freqüência é realizada a coleta e análise da água de abastecimento?

TEREZA CRISTINA: “No setor de laboratório existe uma planilha de coleta de água que é seguida rigorosamente e que atende a zona rural e urbana de município. Ela é composta de 10 roteiros separados por regiões e bairros próximos. Todos os dias a equipe do laboratório visita um desses roteiros e atende também à reclamações solicitadas pelo usuário. Quando todo o roteiro está completo, voltamos ao primeiro novamente, de forma que conseguimos coletar um mesmo roteiro de 2 a 3 vezes por mês.”

6- GOTA D’AGUA: Muito se fala em captar água do rio das velhas, é possível e como é (será) feito o trabalho a nível laboratorial para tornar essas águas (Rio das Velhas) potáveis?

TEREZA CRISTINA: “No caso da captação do Rio das Velhas, ela será superficial e assim o processo de potabilização da água tem que ser mais elaborado. A água captada deverá passar pelos processos de pré-cloração, floculação, decantação, filtração, cloração e fluoretação. O controle laboratorial deverá ser mais rigoroso e obedecer as normas da Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde.”

7- GOTA D’AGUA: A maior parte da população tem medo (ou evita) o uso da água do SAAE para beber alegando ter um sabor forte, o que diferencia a água do SAAE deixando este gosto forte?

TEREZA CRISTINA: “O “gosto forte” se dá ao carbonato de cálcio e magnésio que existe ( calcário), ou seja, se dá devido à dureza um pouco elevada que existe. Assim, a sensação que se tem é de que a água é um pouco “pesada” e para muitos não mata a sede. Por uma questão de curiosidade os níveis de calcário encontrados nas águas de abastecimento provenientes dos poços profundos em nosso município está numa faixa de 60 a 260 mg/L, e este está dentro dos valores máximos permitidos ( VMP) que são estabelecidos pela Portaria 518/2004 do MS ( na referida portaria, o VMP é até 500 mg/L).”

8- GOTA D’AGUA: O estudo hidrogeológico, qual a importância e o que mudará depois realizados estes estudos em nosso município?

TEREZA CRISTINA: “O estudo hidrogeológico é de extrema importância para o nosso município porque estamos num ambiente cárstico. Esse estudo vai fornecer um maior detalhamento do nosso subsolo e irá colaborar muito para o seu controle. A perfuração de poços profundos, a previsão de locais onde há fragilidade do terreno e ainda todo o setor de infra-estrutura do município será beneficiado com esse estudo. Com ele teremos um conhecimento e controle eficiente do nosso subsolo e consequentemente uma gestão municipal eficaz.”

9- GOTA D’AGUA: O laboratório do SAAE é completo em equipamentos e técnicos?
TEREZA CRISTINA: “Hoje realizamos no laboratório do SAAE as análises dos parâmetros básicos de potabilidade que são exigidos pela portaria 518/04 do MS. Essas análises são diárias e realizamos testes de pH, cor, turbidez, teor de cloro livre, além da pesquisa de Coliformes Totais e Termotolerantes (análise bacteriológica) e a de bactérias heterotróficas. O laboratório possui todos os aparelhos e equipe técnica qualificada para que essas análises sejam realizadas com segurança. Análises mais elaboradas que também são exigidas pela portaria já citada, são realizadas através de um convênio existente entre o SAAE e a FUMEP.”

10- GOTA D’AGUA: Quanto à água turva que algumas vezes pode ser encontrada em alguns pontos da cidade, mais precisamente distribuída do sistema Monte Carlos e CDI o que se tem feito para amenizar o problema?

TEREZA CRISTINA: “Nesses locais, foram instaladas Estações de Tratamento Compactas (Mini ETA'S), que são equipamentos mais sofisticados. Neles, a água proveniente dos poços profundos, passa por processos de filtração e tratamento mais elaborados.”

11-GOTA D’AGUA: Deixe sua Mensagem para a população de Sete Lagoas tranqüilizando os quanto à qualidade de nossa água.

TEREZA CRISTINA: “As águas provenientes de poços profundos são águas que possuem uma qualidade ótima, pois já passam por um processo natural de filtração do solo e chegam à superfície com um alto grau de potabilidade. O SAAE realiza o monitoramento diário da água de abastecimento e procura seguir as normas que são exigidas para essa finalidade.
As pessoas têm que ter consciência de também fazer a sua parte para que a qualidade da água distribuída não sofra alterações mantendo seus reservatórios sempre limpos e higienizados, e procurar sempre o SAAE quando problemas forem observados e detectados.”

“A água é um bem precioso e está acabando por falta de controle do seu uso, e assim vamos utilizá-la de forma consciente e sem desperdício para que as gerações futuras não sejam afetadas com a sua falta.”


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